Foi assim que eu aprendi a vestir minha armadura e preparar meu escudo sempre que possível ou então logo me canso e visto apenas uma capa da invisibilidade pra me poupar dessas caras abatidas que tanto procuram o que julgar. Tem muita gente se fantasiando de triste pra questionar a felicidade alheia. Tem muita gente se escondendo no escuro pra apontar o brilho do outro. Tem muito homem se cobrindo de músculos pra esconder o coração. Tem muita mulher fechando a alma e abrindo os braços, as pernas e todo o resto. É muita gente se enfiando em buracos escuros pelo simples medo de encontrar o que procura e não ter mais pelo quê procurar. E eu me canso constantemente da hipocrisia humana e da busca por motivos para se tornar vítima da própria história e decido me importar menos, me valorizar mais, olhar mais pro fundo da minha alma e esquecer toda essa tolice e mundinho preto e branco em que a gente vive. E de repente todos os clichês do mundo são minha única e melhor saída, mas então percebo que odeio clichês e retorno pra minha realidade agitada vivida em cima da minha cama enquanto olho pra um quadro abstrato. As saídas parecem um pouco tortas demais, mas que se dane, porque nada é certo nessa vida.
E aí eu me lembro de esquecer dessas bobagens todas. Deve ser pedir muito que as pessoas sejam de verdade. E que deem sorrisos verdadeiros. E que se doem e se doam quando for preciso. Deve ser muito pra alguém dar um sorriso aberto e um bom dia pro porteiro. Ser inteiro e, ainda assim, deixar que alguém seja sua metade. É pedir demais que a gente sinta nossa alegria em paz sem que a inveja chegue e acabe com tudo e que as pessoas parem de usar os outros como escada pra subir na vida? Não, não é pedir muito. Mas eu peço. Eu suplico, na verdade. É que tá doendo, sabe? Machuca. Ser de verdade em um mundo de mentiras me corrói a alma quase que por completo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário