Pushing Daisies

08 dezembro 2014




A dica dessa semana vai para quem gosta de uma bela história romântica. Mas não é só isso: além do casal de protagonistas mais fofo de todos, ainda tem mistério, aventura, um pouquinho de drama, fantasia e números musicais. Sim, essa série existe e se chama Pushing Daisies. Criada por Bryan Fuller, ela foi ao ar pela primeira vez no fim 2007 pela ABC e foi até transmitida pelo SBT, com o nome de Um toque de vida. Mesmo com as críticas positivas, a audiência não agradou a emissora americana, que cancelou a série após o fim da segunda temporada. Para mim, o cancelamento mais injusto do mundo, já que o potencial e qualidade dela são tão grandes que mereciam longa vida na tv. Apesar do cancelamento, Pushing Daisies recebeu logo no primeiro ano três indicações ao Globo de Ouro (melhor série de comédia ou musical, melhor atriz e melhor ator).

A história começa com o menino Ned descobrindo seus poderes. Ao tocar em algo que estivesse morto, essa coisa voltaria à vida por um minuto - se dentro desse tempo ele não a tocasse novamente, outro ser vivo morreria no lugar. À princípio, ele não sabia dessa segunda parte, só foi descobrir de uma maneira bem trágica, com a morte do pai de sua primeira paixão. Logo no mesmo dia, Ned ainda descobriu uma segunda e importante regra de seus poderes: a coisa ou pessoa que ele trouxe de volta à vida não poderia ser tocada de novo, senão morreria de vez. E assim tem início a mais bela e triste história de amor do mundo das séries. Tempos depois, o Ned adulto (Lee Pace) descobre que Charlotte "Chuck" Charles (Anna Friel), a vizinha de quem ele tanto gostava na infância, está morta e resolve salvá-la. Os dois estão completamente apaixonados, mas não podem ter nenhum contato físico.



Ned também usa seu dom de uma maneira bem ecológica. Ele revive frutas para fazer deliciosas tortas. Em seu estabelecimento, o Pie Hole, trabalha Olive Snook, a garçonete que nutre uma intensa paixão por ele. Vendo o amado com olhos somente para Chuck, Olive sofre o tempo todo, mas não deixa de ajudar sempre que lhe pedem. E ela ainda protagoniza os números musicais mais fofos e apaixonados, na voz da talentosíssima Kristin Chenoweth (a April Rhodes, de Glee). É ela também que fica responsável por cuidar de Digby, o cachorrinho que para seu próprio bem não pode ser tocado pelo dono.  Para completar a turma, temos Emerson Cod (Chi McBride), um investigador que vê os poderes de Ned como uma ferramenta literalmente mágica para desvendar os misteriosos casos de morte na cidade.

Ao longo dos episódios, vemos ainda as tias de Chuck, duas senhoras incríveis e divertidas. Quando jovens, Lily (Swoosie Kurtz) e Vivian Charles (Ellen Greene) eram famosas pelos seus belos números aquáticos como as Darling Mermaid Darlings. Com a morte da sobrinha, elas se fecham em seu mundinho, vivendo apenas das lembranças. Lily ainda guarda um importante segredo que, mais para frente, seria fundamental para o conhecimento de Chuck. Para o bem das tias, a moça mantém-se fora de contato, deixando-as acreditar que estava realmente morta. Mesmo de longe, ela continua cuidando das senhoras da maneira que pode.

Pode parecer um tanto louco (e bastante mórbido) colocando o plot em palavras, mas na prática funciona tudo muito bem. A química entre os atores é ótima, o que rende cenas incríveis e, muitas vezes, emocionantes. É daquele tipo de série que, ao fim de cada episódio, fica aquela sensação gostosa e melancólica. Não tem como não soltar um “aaaaawn” em algum momento - ou em vários deles. Como deu para ter uma ideia, é um romance bem diferente do que estamos acostumados. O tom fantasioso passa bem longe da infantilidade. Além disso, o texto é recheado de sarcasmo e poéticas reflexões sobre o amor, a vida e a morte.



Outro ponto bem interessante de Pushing Daisies é a presença do narrador onisciente. Ele conta as histórias, os sentimentos e pensamentos de cada personagem, caracterizando ainda mais o tom fantasioso da série. As cores também ajudam nessa composição, isso sem falar no figurino maravilhoso. É realmente uma grande produção, com uma criatividade fora de base, desde os mínimos detalhes. A fotografia é linda, uma delícia de se ver. Devido ao cancelamento, o fim não é dos melhores, já que deixa muitas pontas soltas e mistérios a serem resolvidos. Mas vale a pena pela fofura, a genialidade do roteiro e a excelente execução. São 22 episódios incríveis que deixam aquele gostinho de quero mais. E a esperança continua, quem sabe ainda não lançam um filme como final alternativo?



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