Perdi a conta de quantas vezes abri meu bloco de notas hoje. Tá bom, você não tem nada a ver com isso, mas eu precisava arrumar um jeito de começar este texto. Eu não sei mais falar sobre sentimentos. Desaprendi a fazer o que ocupou minha vida por todos esses anos, acredita? É, eu também não acreditaria se estivesse em seu lugar lendo essas bobagens sem qualquer tipo de necessidade. Acontece que meu exagero fala bem alto as vezes. E você levou suas malas, roupas, fotos, cheiros e eu fiquei aqui sem ter sobre o que falar.
Eu não quero precisar de você, mas tenho tanta urgência e necessidade de tudo o que te envolve, que permaneço aqui estática. Imóvel. Parada no tempo olhando meu bloco de notas vazio. Você levou minha inspiração. E eu preciso tanto, mas tanto, falar sobre esses sentimentos que fui engolindo e sorrindo amarelo e engolindo mais um pouco. Preciso urgentemente descarregar essas emoções em qualquer lugar porque elas estão me sufocando. Penso em escrever sobre o amor e a resposta termina em você. Penso em escrever sobre o ódio e, apesar de contraditório, termina em você também. Porque é você o motivo disso tudo, entende? A inspiração e a falta dela.
E eu não quero ter que olhar sua foto para escrever sobre sentimentos ou sobre as migalhas que sobraram de nós. Mas também não posso me envolver em qualquer tipo de loucura que me tire a sensatez por completo. Sou racional demais para jogar tudo para o alto e correr para os seus gostos, encantos e desencantos. Sinto muito pelo nosso fim, mas sinto muito mais pelas minhas coisas que você levou consigo. Não se sinta culpado, a gente tem esse hábito estranho de vez ou outra entregar de bandeja o nosso melhor. Nosso coração, dom, amor e tempo livre. Não se importe tanto, esse texto era para ser sobre minha falta de inspiração e não sobre nós dois. Não me arrependo de nada que chegamos a ser um dia. Nós fomos muito. Tudo, eu diria. Nós brilhamos tanto que queimamos cedo demais.
Obrigada por mais esse texto. E por todas as coisas boas que sinto quando penso em você.
*Texto publicado no blog da Isabela Freitas no dia 16/11/2013.
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