Eu não sou romântica, mas aprendi a ser menos seca por você. Não que você tivesse qualquer direito de me mudar, mas é que quando a gente ama de verdade, nós queremos ver o sorriso no rosto do outro. E para isso não medimos esforços, não planejamos caminhos, muito menos calculamos quedas. Vamos seguindo, indo até onde dá e quando não dá mais, traçamos outra rota, inventamos um caminho, criamos pontes, estradas e viadutos. Quando o amor é tão grande que esgota, nós cavamos mais fundo para que caiba mais e paramos em um momento para que transborde, para que inunde e leve para longe as coisas ruins.
O engraçado é que eu nunca quis que você mudasse, mas você mudou. Assim como eu, você se despiu de todos os seus vícios para experimentar os meus. E eu vi você gostando tanto disso, a ponto de não desistir mais. Quantas pessoas, no mundo, nós encontramos assim? Dois corpos, duas almas e duas pessoas completamente diferentes trocando peles e experiências sem desistência? Por quantas pessoas no mundo você mudaria? Eu acho muito provável que sua contagem não dê mais que 5 dedos. E é justamente por isso que passei a noite em claro.
Eu mudei por você e dizem que o que vale nisso tudo é o bem um do outro, certo? Eu não sou difícil de decifrar. Quando me escondo, quero alguém que me encontre. Quando digo que não é nada, é muita coisa e eu não estou afim de discutir. Quando digo que te odeio, é só meu jeito de dizer que te amo sem querer. Eu sou o oposto de muita coisa que eu digo, por isso não se concentre tanto nas minhas palavras e sim nas atitudes que não precisam de descrições. Não desiste de mim, não. Cê sabe que a minha vontade louca de jogar tudo pro alto só existe porque eu sei que, depois, nós temos todo o tempo do mundo para reorganizar a casa. Não desiste de mim, não. Vamos arrumar a casa, a bagunça, a vida e os sentimentos. Nosso final feliz mora numa tarde fria de segunda-feira.
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