Pode ser que eu não anote minhas coisas justamente por acompanhar a rapidez com que a vida acontece. E aí, de repente, me vejo perdida em pensamentos escondidos nos cantos da memória. Já perdi muitas pessoas por levar a vida assim. Não é que eu não me importe, é só que eu me deixo levar demais. Deixo para amanhã, depois, mais tarde, nunca mais, entende? O fato curioso disso tudo é que me lembro muito bem de quando nos conhecemos: dia, data, hora e lugar. Me lembro do seu aniversário e de como você não suporta comédia romântica, tem alergia a gatos, gosta de noites chuvosas e acredita em destino. Nunca escrevi sobre você porque não preciso, entende? Você está nos meus passos, celular, pensamentos e memória. Nunca escrevi sobre você porque não há um jeito de esquecer qualquer vestígio seu.
Minha memória não falha sobre suas qualidades, nem sobre suas características. A cor dos seus olhos é inconfundível. Eu reconheceria o toque das suas mãos que não é áspero, nem suave demais em qualquer lugar que elas estivessem. Acho que nem preciso dizer sobre os cabelos lisos que ficam estranhamente bonitos quando bagunçados, não é?
A melhor coisa do mundo é saber que não preciso lembretes para amar. O sentimento tem seguido seu percurso natural, como deveria ser desde o início.
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