Ausência

20 setembro 2013

Sabe o que eu queria nesse exato momento? Queria que você estivesse aqui. Eu já disse isso antes? Me desculpe, é a força do hábito. Queria provar para você que tudo o que eu sinto é real, mesmo que você já saiba. Queria sussurrar no seu ouvido que nossa sintonia é única e que nossas raras brigas não alteram em nada meu sentimento puro e transparente por você. Eu poderia jurar que dessa vez seria diferente. Digo, nada mais foi igual desde que te conheci, concorda? Você era o frio, eu o calor. E em nossas certidões nossas distâncias eram bem claras e óbvias. No entanto, o que importava naquele momento era que você estava próximo o suficiente e eu não precisava de mais nada.


Queria te contar um segredo: me flagrei fazendo questionamentos sobre quando foi que vacilei com o destino. Porque eu devo ter cometido um crime imperdoável para merecer um castigo tão grande assim. Ele precisava mesmo te tirar de mim? Te levar para longe e puxar todos os meus sonhos - que queriam permanecer aqui - pelo braço dessa forma? Tudo bem, coisas da vida, eu entendo. Eu sempre soube que nós duraríamos, sabe? Talvez não deixasse isso claro sempre. Mas você viu minha luta por nós dois. Percorri caminhos que não conhecia muito bem, enfrentei estradas, pessoas estranhas e nossa distância de frente. Fui em frente. E de tanto ir, segui sozinha.





Talvez tenha aparecido outra pessoa naquela época ou seus amigos estavam te consumindo demais. Não sei explicar muito bem o que aconteceu. Mas, convenhamos, eu não precisava vir aqui te contar nossa história, até porque você já a conhece por inteiro, não é mesmo? Eu sei. Mas é que ainda não consigo entender muito bem o que houve. Você era o cara perfeito que vivia no meu conto de fadas e de repente, não era mais. E eu me peguei lutando sozinha por nós dois. E ver você escorrendo por meus dedos me corroía por dentro todos os dias. Dói falar sobre você. Dói falar seu nome. Dói ter que conhecer lugares novos para ver se encontro um outro você perdido por ai. Um outro alguém que mexa comigo tanto quanto você conseguiu. Dói ter esse alguém e ainda assim me sentir sozinha. Que fique claro que este não é um pedido para que você volte. Esta não é mais uma súplica por atenção. Sou só eu, de novo, tentando encaixar fatos tão desconexos. Não vou forçar surpresas do destino.


Ainda ouço sua voz dizendo que me ama, mas que por motivo de força maior, era o fim. E quero que você saiba que aqui tudo continua igual. Que por mais que eu fuja para um outro continente, nada muda. Talvez a gente se reencontre, talvez só a minha presença baste para você um dia. Talvez você volte. Talvez, numa outra ocasião, os quilômetros não maltratem tanto o nosso amor.



Texto encomendado por Beatriz Perçú. Quer sua história escrita por mim? Mande um e-mail para raianeribeirocontato@gmail.com e boa sorte =)

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