O Carioca

26 abril 2012

Primeiro olhar, primeiro sorriso, primeiro oi. Ele chegou falando "goxtoso" como todo bom carioca e foi me ganhando nos detalhes do primeiro encontro. Uma risada, um copo e uma esperança. Conversamos sobre o futuro, passado e sobre como o presente surpreende. Se alguém te dissesse que naquela tarde você receberia uma ligação e estaria sentado nesse mesmo bar com uma completa estranha, você acreditaria? Acreditaria que você a pediria em namoro e ambos bêbados ririam disso e fariam juras e jurariam em mente que seria eterno? Eu também não. Você não me conheceu, sabe. Simplesmente me descobriu. Descobriu medos, segredos, hábitos e afins. Descobriu o que nem eu conhecia ainda e adorou isso. 


Um copo vazio, a mente cheia e o coração transbordando. Ia me dizendo seus gostos musicais e naquele momento eu já era apaixonada por Caetano, Djavan, Chico Buarque e muitos outros. Eu seguia contando meus segredos obscuros, as coisas pelas quais passei e do sentimento de posse que às vezes tomava as rédeas das minhas mãos, fui me revelando e tirando sorrisos de você com uma facilidade indescritível, foi fácil me libertar da escuridão que acompanhava meu passado com a ajuda de alguns drinks e do olhar que você mantinha fixo em mim.

A conversa ia fluindo, a intimidade aumentando e eu tentando entender porque eu não o conheci antes. Precisei cair, perder minha confiança nas pessoas e em seus sentimentos sujos, me machucar e ter meu coração partido para encontrar alguém que o merecia inteiro. Não sei se o tempo parou ou se nós congelamos o momento e seguimos em frente rápido demais. Eu segui. Te deixei sem respostas, sem perdão, parti seu coração e não olhei para trás. Tive medo de voltar e ter a chance de curar suas feridas, era muito para mim. 

Voltei, fui embora, voltei de novo e você se foi. É difícil te pedir para ficar e descobrir que isso nunca vai funcionar, mas é dificílimo te ver ir embora e não saber como conviver com isso. Então fico perto, mesmo que haja sempre uma distância. E me mantenho distante, mesmo que haja sempre uma reaproximação. Te ter perto machuca e te ter distante faz com que eu me afaste de mim mesma. Você é uma das minhas metades perdidas por aí que quase me fizeram inteira um dia. Que me fizeram metade, um quase, um adeus. 

Um conto breve com sentimentos eternos. A noite terminou ao som de um "Até Logo" dito e uma vontade de permanência. Talvez dê certo um dia ou até dê errado do nosso jeito, do avesso mesmo que é para nos diferenciar de todo o resto. Sem muitas verdades, sem exagero na dose e com segundas chances. E, enfim, traga o felizes para sempre. Talvez a gente diminua a velocidade, a intensidade e consiga aproveitar o momento. Talvez... Enquanto desaceleramos, siga em frente. Mas por favor, volte sempre que possível.

4 comentários:

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  2. Estou amando os textos :DD

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  3. HAHAHAHAHA amei ! esses cariocas nos deixam loucas né?

    Lindo texto raiiiiiiiiii <3

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  4. Nos deixam loucas demais! Hahaha Obrigada Tatah e Obrigada Bii! ;)

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