Eu sei que é difícil, que você olha pros lados e me encontra em qualquer lugar por todas as memórias que eu produzi no seu quarto, por onde eu passei, por onde nós passamos. Tudo tem meu cheiro e a lembranças quase palpáveis de nós dois. Eu sei que você se odeia por não conseguir me deixar ir embora, que você chorou escondida no banheiro e deixou o celular no último volume em uma música animada para todo mundo achar que estava tudo bem e ninguém me culpar por tudo que eu fiz. Até assim você pensa em nós, em mim, mais do que tudo.
Até quando você passa mais base e corretivo que o normal, pra esconder as olheiras que sua insônia causou, você pensa em mim e no que os outros vão pensar até a gente se resolver e isso faz com que eu me apaixone mais ainda. E quando você encontra meus amigos e tem a elegância espetacular de tratá-los perfeitamente, sem uma atitude diferente mesmo sabendo que eles estavam lá e me acobertaram de tudo até eu resolver te contar a verdade. Você demonstra todos os dias que é o maior presente que eu pude receber pelo simples fato de ainda estar aqui.
Você faz uma pose de durona tão grande que eu quase acredito, mas no primeiro beijo que eu tento roubar, tu reclama do batom que vou borrar mas sorri no fim da frase, me dando total liberdade de ir lá e fazer você ter 10 segundos de paz. O que no momento tem sido algo raro, logo temos valorizado absurdamente cada 10 segundos que são proporcionados.
Obrigado por continuar aqui, mesmo depois de eu conseguir balançar a corda que nos segura. Você não imagina quantas vezes eu me odiei por te obrigar a passar por isso, não é só você que tem chorado escondido. Não é só você que tem sentido o peso do mundo nas costas e todos os olhares pesados. Meus amigos me odeiam por precisarem mentir pra você, que jamais mereceu isso.
Hoje é tão mais fácil reparar seus traços, a forma como junta automaticamente os cabelos quando eles começam a te incomodar, a forma como você anda quando seu tênis novo te machuca ou o jeito que me olha. Não dá pra negar que já vi mais brilho nos teus olhos, mas isso eu reconquisto, não costumo deixar coisas boas se perderem assim. Eu sei, também não costumava estragar tudo, mas acho que tudo é uma palavra muito forte, afinal de contas ainda estamos aqui. Você continua permitindo que eu te beije e repare em como você funciona, cada traço de personalidade e fisionomia que antes eu não tinha percebido. Inclusive, essa pinta no seu pescoço, um pouquinho mais pra baixo da orelha esquerda, é maravilhosa.
Vem cá amor, a gente já resolve isso de uma vez. Não vai ter mais choro, nem erros nessa proporção. Só vem cá, me deixa te abraçar e segurar tudo aquilo que eu vi indo embora diante dos meus olhos. Me deixa ser pra você só a metade de tudo que você significa pra mim.
Assumo que todas as suas dores são minhas e que de todas as escolhas que fiz na minha vida apenas duas foram as melhores: você e consertar nós dois. E não há nada nessa vida que me faça desistir de alguém que nunca desistiu de mim.
(Esse tem agradecimento especial a todos aqueles que dividem suas histórias comigo, me ajudando a escrever! Continuem errando e consertando tudo, continuem tomando porres e vivendo conforme o coração de vocês manda, vocês me rendem um pedacinho de mim.♥)
Sobre a autora: Aline Madera, mais uma radialista criativa em formação. 18 anos, apaixonada pela faculdade de Rádio, Televisão e Internet, só encontrou uma válvula de escape: escrever.Talvez tenha nascido com o dom de jogar bem as palavras em uma folha de papel, talvez seja súbita inspiração, só lendo para descobrir.
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