Possibilidades

12 junho 2014



Qual meu problema em atrair gente que não presta? Vamos lá, qual a necessidade disso, universo? De conspirar para fazer meu coração acelerar quando ele passa, mesmo sabendo que as intenções são as piores. Eu sou uma pessoa boa, não dá para entender porque atraio esse tipo de personalidade, entende? Ele me olha com aquele sorriso torto, manda uma mensagem e me pergunta onde eu estou, dando a entender que quer me encontrar. Me faz rir quando estou perto e ao mesmo tempo que tira minha paz, também me direciona ao caminho de encontrá-la. Os dados da sorte desse jogo são lançados todo momento. Cada risada, olhar e toque. Um jogo extremamente perigoso que eu já conheço o final como a palma da minha mão e mesmo assim eu me deixo levar. 

Eu estou começando a achar que isso se encaixa na categoria de vícios, sou viciada na sensação de perigo que ele me traz quando me falta o ar enquanto tento descobrir qual vai ser a próxima ação dele. Se ele vai sorrir e chegar mais perto, se vai fechar os olhos enquanto acha graça de algo que eu disse e depois vai embora. Eu não sei se vai ou se fica e não quero cobrar entende? Vocês conseguem me entender? Isso tudo é errado! Eu estou insistindo em apertar a mesma tecla que outras vezes já deu defeito! Mas sabe aquela esperança? Aquela chaminha que insiste em arder lá no fundo do nosso coração? 

A gente se engana na esperança de que ele vá mudar, nos iludimos achando que vai ser diferente. E não há mal nenhum nisso, há? Eu preciso tentar! Eu não tenho como descobrir antes de tentar, ninguém conhece o final desde o começo, o amanhã faz parte do tempo e o tempo é volúvel. Talvez um dia o sorriso dele me enoje, talvez eu realmente quebre a cara e precise de algumas sessões de terapia e mais paginas de textos que me ajudem a superar as lembranças ou talvez, um talvez realmente alimentado por esperança, eu encontre aquele sorriso em um altar e em todas as tardes tediosas de domingo. Vai saber.




Sobre a autora: Aline Madera, mais uma radialista criativa em formação. 18 anos, apaixonada pela faculdade de Rádio, Televisão e Internet, só encontrou uma válvula de escape: escrever.Talvez tenha nascido com o dom de jogar bem as palavras em uma folha de papel, talvez seja súbita inspiração, só lendo para descobrir.

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Um comentário:

  1. "Eu estou começando a achar que isso se encaixa na categoria de vícios, sou viciada na sensação de perigo que ele me traz quando me falta o ar..." que texto mara, amei parabéns.

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