Moeda de troca

25 junho 2014



Se eu tivesse uma chance eu trocaria todas as mensagens babacas que eu recebo e respondo por educação de outros caras por um dia com você e nem chegaria a pensar duas vezes sobre isso. Eu trocaria todas as cantadas que eu recebo de pessoas que jamais terão o lugar que você tem pela chance de voltar no nosso tempo juntos. Naquele tempo onde você ficava emburrado ao saber que alguém tentou conversar comigo com intenções não tão boas quanto as suas. 


Eu trocaria os convites para ir ao cinema, para jantar e para jogar conversa fora em alguma mesa de bar badalado que é conhecido por estar em uma avenida movimentada da nossa cidade por um dia na sua casa, brincando com seu cachorro e assistindo qualquer besteira na televisão, já que um não deixaria o outro prestar atenção mesmo. 


Eu trocaria as músicas que eu recebo de indiretas quando alguém quer me dizer algo pela nossa música. E sem dúvidas, eu trocaria os telefonemas chatos e constantes que eu recebo por um áudio seu, já que você sabe que eu odeio falar ao telefone, mas até isso com você era diferente.
Definitivamente não há nada neles que me interesse, não há nada neles que faça meu coração pulsar como pulsava ao escutar o som da sua buzina na minha porta e ver o seu sorriso sem graça ao me encontrar. Não é que eu não queira te esquecer, mas ninguém tem sido melhor que você, entende? A culpa não é minha, não dá pra fugir. Esses garotos aparecem como se eu precisasse deles quando eu não quero e não preciso disso. 


Não quero outro buraco, não quero precisar tratar outra ferida, não quero ter mais um cheiro para me perseguir e nem deixar de frequentar algum lugar outra vez. Eu não preciso que me liguem, que insistam e que tentem de toda forma mais barata e comum me convencer a ficar, entendam que eu não vou ficar. E quem quiser que eu fique vai precisar ralar muito para isso e ter uma paciência gigantesca, já que ninguém me rouba sorrisos leves tão facilmente e, quando um insiste em escapar, a realidade me tira os próximos e eu volto a me lembrar de tudo que não precisa acontecer outra vez.


Mas, que eu trocaria a insistência dos outros por uma constância sua, isso eu trocaria.




Sobre a autora: Aline Madera, mais uma radialista criativa em formação. 18 anos, apaixonada pela faculdade de Rádio, Televisão e Internet, só encontrou uma válvula de escape: escrever.Talvez tenha nascido com o dom de jogar bem as palavras em uma folha de papel, talvez seja súbita inspiração, só lendo para descobrir.

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3 comentários:

  1. Tão lindo, parece que esta escrevendo o que eu estou sentindo. ��

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  2. Gente como a Aline escreve bem. Poxa, tá ótimo o texto!

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  3. Aline, eu adorei o post!
    Lindo!
    Deixo um covite para você visitar meu cantinho e conferir meus textos de aprendiz de escritora.
    Bjs!

    http://linnebaptista.blogspot.com.br

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