Reencontro

07 janeiro 2014




Pode ser que quando eu te reencontre daqui um, dois ou dez anos, você ainda seja o mesmo irresponsável de riso fácil. Talvez ainda seja apaixonado por coisas que fogem ao natural e tenha aquela melhor amiga que esconde um grande amor por você. Há uma grande possibilidade de, até lá, você já ter superado o nosso fim e ter aprendido a agir normalmente a respeito disso. Bem, talvez eu não. Não porque você foi o meu primeiro amor, talvez o único que eu tenha amado e desejado de verdade. Talvez não, porque eu contei todas as linhas do seu corpo e me descobri em cada uma delas. Não, porque por muito tempo foi só você para mim e me desprender dessa ânsia de você me soa quase impossível. Não, porque antes mesmo de te reencontrar eu me flagro relembrando o passado e pensando nas inúmeras formas, jeitos e trejeitos que tínhamos para dar certo.


Quando eu te reencontrar prometo (tentar) agir naturalmente. Se você piscar, piscarei de volta. Se você sorrir, sorrirei de volta. Se você se mostrar bem mais feliz sem mim, te farei crer que assim estou também. E, caso você venha em minha direção para saber como estou, engolirei meu mundo de fantasias e sentimentos para me focar no meu teatro e agir normalmente. Enquanto você me conta as novidades, vou sorrindo e esmagando meu coração e digerindo sua felicidade e acidificando as borboletas no estômago para que assim, eu consiga responder à sua altura: "Continuo com minha vida, estou feliz, preciso ir". Sem muito auê seguirei a minha vida. Retomarei minha rotina e você não me assombrará mais.


Não fantasiarei nenhum final para quando eu te reencontrar. Apenas vou torcer para que tudo dê tudo certo tanto para mim quanto para você. E se esse reencontro não acontecer, acompanharei de longe suas vitórias e aplaudirei em silêncio cada uma delas. Gostaria que você soubesse que eu descobri o que é amor quando me vi te amando dessa forma: quietinha, de longe, renunciando ao escândalo da paixão. Descobri que te amava mais do que eu imaginava quando me afastei para te ver feliz. Não me maltratei para te ver bem, nem quis que você forçasse felicidade ao meu lado: tudo aconteceu naturalmente.


Quando nosso reencontro acontecer, talvez entre beijos, abraços e novidades a gente perceba o quanto nos fizemos bem ao tomarmos decisões sensatas. Talvez, nesse instante, a gente não precise forçar nada, estaremos bem e felizes. Viveremos a forma mais linda de amor: conscientes do nosso passado, indiferentes a mágoas, nada de ensaios, nem de falsa alegria. Assim como o destino planejou.

10 comentários:

  1. ``Gostaria que você soubesse que eu descobri o que é amor quando me vi te amando dessa forma: quietinha, de longe, renunciando ao escândalo da paixão. Descobri que te amava mais do que eu imaginava quando me afastei para te ver feliz.`` Pena que no inicio dói tanto, né.

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    1. Dói demais, Mônica. Mas esse tempo entre a distância e o reencontro cura muitas coisas! ;)

      Beijo grande.

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  2. Que coisa mais linda e digna de você que escreve tão bem. Seu blog (textos) estão a cada dia mais incríveis Rai s2

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  3. Só seus textos pra romper os muros que construo através dos meus sentimentos todos os dias e me fazer chorar.
    Muito lindo mesmo, parabéns. Me identifiquei em várias partes.
    É bom ler coisas que podem fazer o que sentimos ter um pouco de sentido, quando tudo é uma bagunça de dor e frustração.
    Obrigada! E não pare nunca de escrever, um dia, irei a uma sessão de autógrafos sua.
    Bjo!

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    1. Jully, sua linda!
      Obrigada, fico feliz por saber que gostou :)

      Você e seus comentários motivadores são tããão <3 <3 <3 <3

      Obrigada pela visita e por tudo!
      Bjo graaaande.

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  4. Parabéns por esse texto incrível. Me senti muito na pele ! Valeu Raiane

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  5. Que texto maravilhoso! Foi impossível não me identificar >< enfim, adorei seu blog, você escreve bem demais, menina! Parabéns :D

    coelhosdechapeu.blogspot.com.br

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  6. Seus textos são lindos.... Parabéns��

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