Chuva de verão

22 abril 2012


"Ele chegou do nada, é isso.", era esse meu pensamento há algumas horas atrás. Foi intenso, irresistível, chuva de verão que chegou pra refrescar meu inferno astral. Eu gosto desse alívio que você trouxe junto com a primeira impressão, sabe? O que eu odeio é o vício que tomou conta de mim, das 24 horas do meu dia e pensamentos.



Isso, chuva de verão. Trovões, enchentes, relâmpagos... Virou minha vida de cabeça para baixo e nem me perguntou se era bom ver o sangue subir à cabeça. Pois bem, não é. Você foi furacão quando tudo o que eu queria era calmaria e ainda assim te deixei entrar. Entrou, partiu, deixou destroços e uma bagunça pra eu limpar. Não é fácil recomeçar e ter que encontrar peças de um velho quebra-cabeça perdido, alguém já te disse isso?Recomeços são difíceis, mas necessários, eu sei. De você, restou apenas um prato vazio à mesa, um lugar no banco do meu carro e um número vago na agenda. Medo da perda, saudade, tanta coisa por dizer... E não há laço nenhum que enfeite esse nó na garganta.


Nó esse que amarra todo o resto e não me deixa ir adiante. Não me deixa dizer, lamentar, admitir. Esse nó que eu chamei de orgulho. Ele várias vezes me fez perder pessoas mas nunca deixou que eu me perdesse. Das tantas vezes que você me fez voltar sozinha pra casa, ele me fez companhia e me ensinou o caminho de volta, agora sei me encontrar em qualquer estrada que eu ande. E eu estou de pé, como você se sente sobre isso?


A chuva passou, o verão acabou e sinto a temperatura cair. Do calor infernal me senti teletransportada para a Antártida. De tanto ir, eu me deixei levar com a chegada do inverno. Está frio aqui, não é? E eu só gostaria de saber dizer se é o clima ou meu coração.

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Raiane Ribeiro: Chuva de verão © 2011 - 2015 - Todos os Direitos reservados
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